domingo, 24 de julho de 2011

MIOMAS OU TUMORES

http://www.rededor.com.br/Home


"Os miomas são tumores benignos originados do tecido muscular liso, presente em diversos órgãos do nosso organismo. No entanto, o local onde ocorre com maior freqüência é o útero, sendo a neoplasia mais freqüente desse órgão. Os miomas não são cânceres, e a chance de se transformarem nessa doença é extremamente baixa." 



Acometem aproximadamente um quarto das mulheres em idade fértil, e acredita-se que até 50% das mulheres possam apresentar essa doença em alguma época de suas vidas. Pode ocorrer a partir da puberdade, mas a idade de maior incidência é a quarta década de vida. As estatísticas mostram que os miomas são mais comuns em mulheres negras, naquelas que ainda não engravidaram e em mulheres que apresentam condições associadas a altos níveis de estrogênio no sangue. 



A causa é desconhecida, mas sabe-se que os miomas originam-se de uma única célula, que começa a se multiplicar desordenadamente, e origina o tumor. Por isso, acredita-se que exista alguma base genética para o seu desenvolvimento e pode ser devido a isso que ele seja mais comum nas mulheres negras e que apresente uma tendência a acometer mulheres da mesma família.
O crescimento desses tumores ocorre por ação do estrogênio, um hormônio feminino de extrema importância, e isso pode explicar o seu desenvolvimento durante a fase reprodutiva da vida da mulher, a sua inexistência antes da puberdade e a redução de tamanho após a menopausa (quando os níveis de estrogênio diminuem). Qualquer coisa que leve a um aumento dos níveis de estrogênio pode fazer com que o mioma tenha um crescimento maior e mais rápido. 



Mais da metade das mulheres com miomas não apresenta nenhum sintoma, e não existem sinais ou sintomas específicos dessa doença. Assim, na maioria das vezes eles são descobertos em exames de rotina, como uma casualidade. Algumas vezes, o diagnóstico pode ser suspeitado devido ao aumento do tamanho do abdome, que pode levar a mulher a pensar que apenas engordou um pouco ou até que está grávida.
A manifestação mais freqüente é a alteração menstrual, com aumento dos dias de menstruação e da quantidade de sangramento. A cada menstruação, o fluxo vai ficando maior, aumentando o número de absorventes utilizados. Podem ocorrer também sangramentos fora do período menstrual, às vezes com coágulos. Essas alterações podem levar à anemia.
Esse aumento do período menstrual pode acompanhar-se de dor, que decorre de um maior acúmulo de sangue no útero, provocando distensão dolorosa e maior contração da musculatura para eliminar esse conteúdo.
À medida que o útero cresce, começa a comprimir estruturas e órgãos próximos, podendo ocasionar dor, inclusivo durante as relações sexuais. Pode ocorrer compressão da artéria que nutre o mioma, o que faz com que ele sofra degeneração e suas células morram, o que se acompanha de dor. A compressão da bexiga leva à redução da capacidade de armazenar urina, levando a paciente a urinar com maior freqüência. Outro sintoma decorrente de compressão é a constipação intestinal (prisão de ventre), já que o útero pode comprimir o reto, dificultando a passagem das fezes.
A dificuldade para engravidar é freqüente em pacientes com miomas uterinos, já que esse tumor pode levar a alterações (deformidades) do órgão que dificultam a implantação do ovo. Porém, isso não ocorre em todas as pacientes.



O diagnóstico é suspeitado inicialmente pela história da paciente e pelo exame físico realizado pelo ginecologista. Durante o exame, pode ser palpada uma massa de localização sugestiva de ser uterina. O principal exame utilizado é o ultra-som, que pode demonstrar a presença do mioma e também a sua localização.
Ele pode ser classificado em:
• Subseroso: localiza-se na porção mais externa da parede do útero, relacionado mais raramente a sintomas de sangramento. O principal sinal é o aumento do abdome.
• Intramurais: estão localizados na porção média da parede do útero, e são os mais comuns.
• Submucosos: são os que se localizam mais próximos da cavidade uterina, sendo os mais sintomáticos. Quase sempre causam sangramento. Eventualmente, ele pode sair pelo orifício do colo uterino, caracterizando o chamado "mioma parido".
Outro exame utilizado é a histeroscopia, no qual é inserida uma sonda no útero, contendo uma espécie de câmera que permite a visualização da cavidade uterina. Ajuda muito no diagnóstico dos miomas submucosos. Exames raramente utilizados são: radiografia simples da pelve, tomografia computadorizada, ressonância magnética.


A associação entre mioma e gravidez ocorre em aproximadamente 0,13% a 7%. Nessa situação, o mioma pode determinar gravidez ectópica (quando o ovo implanta em outro local que não a cavidade uterina), abortamento, parto prematuro, sangramento e dificuldades durante o parto. Além disso, eles podem aumentar significativamente de tamanho durante a gestação, devido aos altos níveis hormonais. Cada caso deve ser analisado individualmente, para determinação da necessidade de tratamento.



Nem toda paciente deve ser tratada, já que se trata de uma doença benigna e que na grande maioria dos casos não causa sintomas. O conceito principal é de que o mioma deve ser tratado quando causa sintomas significativos. Nos casos assintomáticos, a paciente deve ser acompanhada regularmente.
Existem basicamente três tipos de tratamento:

1) Medicamentoso

Esse é, geralmente, o primeiro passo no tratamento dos miomas. Os objetivos são controlar o sangramento, inibir o crescimento dos miomas ou reduzir o seu tamanho (especialmente antes da cirurgia). Muitas vezes, o uso de antiinflamatórios já é suficiente para controlar os sintomas, não sendo necessário nenhum outro tipo de terapia.
Os medicamentos mais indicados, quando se deseja a redução do tamanho dos miomas, são os chamados análogos do GnRH. Eles criam uma falsa menopausa, reduzindo a liberação de estrogênio pelos ovários. São úteis também para controle do sangramento. O problema é que, após a interrupção do uso do medicamento, os miomas voltam a crescer. Isso é importante, pois essas drogas podem ser usadas por no máximo 6 meses. Os efeitos colaterais são: ondas de calor, insônia, secura vaginal, diminuição da libido, perda temporária de memória, aumento do risco de osteoporose.

2) Cirúrgico

Indicado nos casos sintomáticos, nos miomas muito grandes, na presença de sinais de degeneração (alterações do tecido do mioma), e nos casos em que o mioma é causador de infertilidade. As modalidades são:
• Miomectomia: retira-se apenas o mioma, preservando-se o útero. Indicada nos casos em que a mulher queira preservar a capacidade de reprodução ou de menstruar. Porém, pode não ser conseguido em alguns casos. A recorrência ocorre em um terço dos casos. Uma das complicações é a formação de aderências.
• Histerectomia: consiste na retirada do útero. É o tratamento de escolha em mulheres que não querem mais engravidar.


3) Embolização

É realizada com a colocação de um cateter dentro da artéria uterina que nutre o mioma, seguida da injeção de agentes que levam à formação de êmbolos no interior da artéria, com interrupção do fluxo de sangue. Está indicada quando a paciente quer manter o útero ou quando existem contra-indicações à histerectomia. As complicações associadas a esse método são: isquemia grave do útero (como se fosse um infarto, parecido com o do coração), ocorrência de infecção e parada das menstruações.

Nenhum comentário:

Postar um comentário