CASSIO E VIRGILIO
Sempre em suas camas fui de madrugada.
Entre lençóis confidenciava segredos.
Vocês ouviam e suas almas respiravam.
Vocês cresciam brincavam e eu não percebia.
Havia momentos que guase enlouquecia.
Havia momentos que guase enlouquecia.
Havia disputa pela janela do carro sim.
Vocês sorriam gargalhando barulhento.
Lembro do hambúrguer e refrigerante que tanto queriam.
Lembro do hambúrguer e refrigerante que tanto queriam.
Cresceram tão rapidamente que nem sentia.
As palavras que aprendiam falava os danadinhos.
As palavras que aprendiam falava os danadinhos.
Um dia eu vi que não usavam fraldinhas.
Já estavam usando cuequinhas.
Lembro do uniforme do maternal.
Da primeira festinha de natal.
Cresceram sem que esgotasse em mim o afeto.
Meu coração palpitante na formatura do pré.
Para o primeiro grau foi muito legal.
Sei que um dia serei orfã de filho.
Um dia passaram do banco de traz para o volante.
Não mais guiarei seu passos, mas observarei de longe.
Torcendo e rezando para uma escolha feliz.
O tempo vai passar e a qualquer momento.
Poderão me dar netinhos.
Vocês são os filhos que amo e amarei.
Estou aprendendo com vocês o que é ser mãe.
Autora: Solange Netto Andrade
15/08/1992
15/08/1992
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